Motoristas de Ônibus de São Paulo Decidem Hoje Sobre Suspensão de Greve

Sindicato realiza assembleia para votar suspensão da paralisação prevista para sexta-feira.

O SindMotoristas, sindicato que representa os motoristas de ônibus de São Paulo, realizará uma assembleia nesta quinta-feira (6) às 10h para votar a suspensão da greve prevista para esta sexta-feira (7). Se a suspensão for aprovada, as operações das linhas de ônibus seguirão normalmente.

A decisão de reavaliar a greve ocorreu após uma audiência realizada na quarta-feira (5) na Justiça do Trabalho, que contou com a presença da SPTrans e do SPUrbanuss, sindicato das concessionárias responsáveis pelo transporte na capital paulista. Durante a reunião, o SindMotoristas manifestou-se favorável à suspensão da paralisação.

Nailton Francisco de Souza, diretor do SindMotoristas, afirmou que a categoria pretende defender a suspensão da greve frente aos trabalhadores, mas manterá o estado de greve até o dia 30 de junho, prazo final para as negociações com as empresas de transporte.

As negociações serão reabertas com a participação do Tribunal de Contas do Município (TCM), conforme acordado pelas partes. Além disso, foi decidido pela criação de um corpo técnico para fiscalizar os contratos entre as concessionárias e a Prefeitura de São Paulo. Esta comissão será composta por representantes sindicais, do Ministério Público do Trabalho e da SPTrans.

O encontro, convocado pelo desembargador Davi Furtado Meirelles, ocorreu no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo, após a Prefeitura, via SPTrans e Procuradoria Geral do Município, recorrer à Justiça para evitar a greve. A administração municipal exigia que a frota operasse com 100% dos veículos nos horários de pico e com 80% nos demais períodos.

O SindMotoristas, por sua vez, havia proposto manter toda a frota em operação se a Prefeitura concordasse em conceder tarifa zero aos passageiros na sexta-feira.

Entre as principais reivindicações da categoria estão um reajuste salarial de 3,69% com base no IPCA-IBGE, além de um aumento real de 5%. Os sindicalistas alegam que a oferta patronal foi de 2,77%, com complementação pelo Salariômetro, proposta rejeitada pela categoria em setembro.

Outras demandas incluem a reposição de perdas salariais durante a pandemia, estimadas em 2,46% pelo Dieese, além de melhorias na carga horária, Plano de Saúde e Vale Alimentação.

A greve afetaria aproximadamente 60 mil trabalhadores, incluindo motoristas, cobradores e operadores de manutenção e fiscalização de todas as concessionárias de transporte da capital. Caso a greve ocorra, estima-se que até 7 milhões de passageiros possam ser prejudicados, segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB). A SPTrans informou que São Paulo possui 1.304 linhas de ônibus, e a paralisação poderia impactar cerca de 4,3 milhões de usuários diários.

A expectativa é que o resultado da assembleia seja divulgado ainda nesta quinta-feira.

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