Presidente do Irã morre em acidente de helicóptero, informa agência estatal

Ebrahim Raisi retornava de inauguração de barragem na fronteira com o Azerbaijão; presidente governava desde 2021.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu nesta segunda-feira (20) em um acidente de helicóptero. O chefe de Estado, que tinha 63 anos e estava no cargo desde 2021, estava retornando de uma viagem à fronteira com o Azerbaijão, onde havia participado da inauguração de uma barragem. A televisão estatal iraniana confirmou que a aeronave caiu na região de Varzaqan, no noroeste do país.

Ahmad Vahidi, ministro do Interior, afirmou à televisão estatal que as condições meteorológicas adversas tornaram “impossível” sobrevoar a área. No entanto, equipes de resgate, incluindo drones e montanhistas, foram enviadas ao local, e os destroços do helicóptero foram localizados.

Inicialmente, fontes governamentais relataram um “pouso de emergência”, mas posteriormente confirmaram tratar-se de um acidente. A agência estatal divulgou uma nota mencionando as dificuldades enfrentadas pelas equipes de resgate devido ao terreno montanhoso e florestal, além das condições climáticas desfavoráveis, como neblina intensa.

A mídia local destacou a complexidade para acessar o local do acidente, agravada pela forte chuva que dificultava a mobilidade das equipes de resgate. O ministro da Saúde, Bahram Einollahi, informou à TV estatal que equipamentos médicos, ambulâncias, médicos especialistas e cirurgiões foram enviados para o local para auxiliar possíveis sobreviventes.

A comitiva presidencial incluía três helicópteros, dos quais dois pousaram em segurança. Entre os membros do grupo estavam o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem.

Biografia

Ebrahim Raisi, de 63 anos, governava o Irã desde 2021, após vencer as eleições com 60% dos votos. Sua carreira jurídica foi marcada por posições conservadoras, tendo ocupado cargos como chefe do Poder Judiciário e procurador-geral de Teerã. Além de sua trajetória política, Raisi era membro do clero xiita e estudou em seminários religiosos importantes no Irã, sendo visto como um possível sucessor do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

O sistema político iraniano é dividido entre uma ala política e outra religiosa, com o aiatolá detendo a palavra final sobre as decisões do país. A eleição de Raisi foi controversa devido ao seu histórico de envolvimento em julgamentos e execuções em massa de prisioneiros políticos em 1988, um tema polêmico tanto interna quanto internacionalmente.

Durante seu governo, a relação com Israel se deteriorou, com o Irã intensificando o enriquecimento de urânio, dificultando inspeções internacionais e apoiando a Rússia na invasão da Ucrânia. O período também foi marcado por ataques com mísseis e drones contra Israel durante o conflito em Gaza.

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