Apesar do recuo geral, segmento de alimentos e bebidas pressiona custos ao consumidor
Na mais recente atualização econômica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) indicou uma desaceleração para 0,36% em março, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este movimento representa uma redução significativa de 0,42 ponto percentual em comparação ao índice de fevereiro, que estava em 0,78%.
A análise anual revela que, nos últimos doze meses, o IPCA-15 acumula uma elevação de 4,14%, situando-se abaixo da taxa de 4,49% registrada no período imediatamente anterior, concluído em fevereiro. Este resultado se mantém abaixo do teto da meta de inflação estipulada pelo governo, fixada em 4,5% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Contrastando com a tendência de desaceleração geral, o setor de alimentos e bebidas experimentou um aumento de 0,91% em março. Especificamente, o aumento foi mais acentuado na alimentação domiciliar, que viu seus preços subir em 1,04%, impulsionado por itens como cebola, com um acréscimo de 16,64%, ovos de galinha, com 6,24%, frutas, com 5,81%, e leite longa vida, com 3,66%.
Diante deste cenário, o governo federal intensifica esforços para mitigar a escalada dos preços alimentícios ainda no primeiro semestre, visando minimizar impactos negativos sobre a aprovação popular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estratégias incluem a previsão de queda nos preços do arroz a partir de abril e a revisão de políticas no Plano Safra, conforme anunciado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O segmento de transportes também registrou alta, com um incremento de 0,43% em março, destacando-se o aumento nos preços do etanol (4,27%) e da gasolina (2,39%). Além disso, o grupo saúde e cuidados pessoais viu uma elevação de 0,61%, com destaque para os planos de saúde (0,77%), produtos farmacêuticos (0,73%) e itens de higiene pessoal (0,39%).
Interessantemente, o preço das passagens aéreas apresentou uma redução de 9,08% no grupo de Transportes, contrastando com o impacto inflacionário significativo de 47,24% observado ao longo de 2023.
Regionalmente, todos os índices apresentaram alta em março, com Belém liderando com 0,74% de aumento, impulsionado significativamente pelo açaí (18,87%) e pela gasolina (1,96%). Em contrapartida, Goiânia registrou o menor índice, com apenas 0,14%, refletindo a queda nos preços do automóvel usado (-3,19%) e das carnes (-1,02%).
O IPCA-15, coletando dados de preços de meados de fevereiro a meados de março, analisa o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, nas principais regiões metropolitanas do país, oferecendo uma perspectiva crucial sobre a dinâmica inflacionária nacional.
