Argentina Vê Luz no Fim do Túnel: Inflação Cai para 13% em Fevereiro

Medidas governamentais e ajustes econômicos começam a mostrar sinais positivos, trazendo esperança de estabilidade financeira.

A Argentina, que há tempos enfrenta uma escalada inflacionária preocupante, registrou uma desaceleração na inflação para 13% em fevereiro, um indicativo de alívio para o governo do presidente Javier Milei. Este resultado, abaixo das projeções de 15%, marca uma diminuição notável em relação aos índices alarmantes dos últimos meses, oferecendo um sinal de otimismo em meio a uma das crises inflacionárias mais severas das últimas décadas.

Em um contexto de aumento acumulado de 276% nos preços ao longo dos últimos 12 meses, a Argentina tenta se afastar do espectro da hiperinflação vivida no início dos anos 90. O país, agora superando Venezuela e Líbano, enfrenta o desafio de mitigar a inflação mais alta do mundo, segundo dados recentes.

Através de um comunicado oficial, o governo atribuiu essa redução inflacionária às rigorosas medidas de controle fiscal implementadas, criticando a gestão econômica anterior por sua liberalidade na emissão de moeda e pela ineficiência do programa econômico do ex-ministro Sergio Massa. Em uma decisão estratégica para estimular investimentos, o Banco Central da Argentina reduziu a taxa de juros de 110% para 80%, refletindo um esforço para normalizar a situação econômica e reduzir a incerteza macroeconômica.

Apesar do otimismo, a queda no consumo e na atividade econômica, causada pela erosão do poder de compra de salários e aposentadorias, emerge como um fator contribuinte para a desaceleração inflacionária. O governo Milei está agora diante do desafio de manter essa tendência de queda, especialmente em março, um mês tradicionalmente marcado por ajustes tarifários.

O Indec, instituto de estatística argentino, apontou que telefonia e internet, transporte, e utilidades públicas foram os setores com maiores aumentos de preço no último mês, reflexo da redução dos subsídios governamentais. Por outro lado, alimentos e bebidas — vitais para a sobrevivência das classes baixa e média — tiveram um aumento de 12%, um índice abaixo do geral, após picos de inflação em dezembro.

Em resposta às dificuldades enfrentadas pelas famílias argentinas, que chegaram a cortar itens essenciais e refeições de suas rotinas, o governo anunciou medidas para estimular a concorrência e corrigir os preços, como a abertura das importações de itens básicos e a isenção de alguns impostos sobre esses produtos. Em reuniões com representantes de supermercados, o ministro da Economia, Luis Caputo, ouviu reconhecimentos sobre aumentos de preços acima das expectativas, o que reforça a necessidade de ações governamentais para estabilizar a economia.

A abolição do sistema Sira de importações, substituído por um modelo automatizado e desburocratizado, ilustra a determinação do governo Milei em promover uma maior eficiência econômica e evitar a fuga de capitais, marcando um passo importante na luta contra a inflação e na busca por um futuro financeiro mais estável para a Argentina.

 

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