Em uma decisão que repercutiu na esfera política dos Estados Unidos, o Tribunal do Colorado anunciou nesta terça-feira (19) a proibição da participação do ex-presidente Donald Trump nas primárias eleitorais do estado em 2024. Este veredicto decorre do envolvimento de Trump no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, um episódio marcante na história política recente dos EUA.
A fundamentação do tribunal baseou-se na Seção Três da Décima Quarta Emenda da Constituição Americana, que estabelece a desqualificação para ocupar cargos oficiais no país a indivíduos envolvidos em insurreições. Segundo a decisão, a inclusão do nome de Trump na cédula das primárias seria um ato contrário a esta disposição constitucional.
Contudo, há uma complexidade jurídica em torno da aplicação desta emenda ao caso de Trump, dado que a Presidência não está explicitamente listada entre os cargos federais elegíveis afetados pela norma. Este ponto foi destacado pelo tribunal de primeira instância.
As primárias presidenciais do Colorado estão agendadas para 5 de março do próximo ano, um momento crucial conhecido como “Superterça” no calendário eleitoral americano.
Diante desta decisão controversa, Steven Cheung, porta-voz do ex-presidente Trump, expressou forte oposição, classificando-a como “antidemocrática”. Cheung anunciou a intenção de recorrer à Suprema Corte dos Estados Unidos, buscando anular o veredicto do Colorado e enfatizando a necessidade de suspender imediatamente o que considera uma decisão injusta.
Este episódio destaca o impacto duradouro dos eventos de 6 de janeiro de 2021 na carreira política de Trump e no cenário político americano, evidenciando o debate contínuo sobre as normas constitucionais e o equilíbrio entre a justiça e os direitos políticos.
