Brasil na Opep+: Entre o Petróleo e a Sustentabilidade

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a decisão do Brasil de se juntar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), argumentando que não há contradição nesse movimento. Esta declaração ocorreu em Dubai, antes de sua partida para a Alemanha, em meio a críticas de organizações ambientais quanto à adesão do país ao influente grupo de produtores de petróleo.

Lula ressaltou que a participação do Brasil na Opep+ é uma estratégia para promover o investimento em países menos desenvolvidos, focando em alternativas energéticas sustentáveis como etanol, biodiesel, energia eólica, solar e hidrogênio verde. Ele enfatizou a importância de usar os recursos do petróleo para gradativamente transitar para fontes de energia alternativas, salientando que o Brasil não almeja se tornar um membro efetivo da Opep, mas sim influenciar o grupo em direção a práticas mais sustentáveis.

Contrapondo-se a essa visão, ativistas ambientais expressaram desaprovação. Leandro Ramos, do Greenpeace Brasil, destacou a incoerência entre o compromisso do Brasil com o combate ao aquecimento global e a recente aliança com os grandes produtores de petróleo. Peri Dias, representante da 350.org na América Latina, questionou se o Brasil pretende liderar em questões climáticas ou permanecer dependente de combustíveis fósseis, enfatizando a necessidade de uma postura firme contra o petróleo, gás e carvão.

Por outro lado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, presente na COP28 em Dubai, apoiou a decisão, alinhando-se ao discurso de Lula. Ele argumentou que a adesão à Opep+ é uma oportunidade para o Brasil debater e influenciar a transição energética global, destacando a importância de uma abordagem equilibrada entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental.

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