O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta terça-feira (14) que tomará medidas legais contra aqueles que o acusam de ter vínculos com líderes e membros do crime organizado. Essas alegações surgiram após a esposa de um líder de facção criminosa ter sido vista em encontros dentro do prédio do ministério.
Em uma declaração veemente, Dino afirmou que processará os responsáveis por espalhar falsas informações sobre suas supostas ligações com o crime organizado. Ele expressou indignação com as acusações infundadas e destacou que não há evidências que sustentem tais alegações.
As acusações ganharam força quando começou a circular nas redes sociais uma gravação que supostamente mostraria o ministro com a esposa do miliciano. No entanto, a mulher que aparece nas imagens é a humorista Virgínia Alvares, que negou categoricamente qualquer envolvimento com atividades criminosas em um vídeo compartilhado nas redes sociais.
Dino ressaltou que as acusações são baseadas em informações falsas e que a tentativa de vinculá-lo ao crime organizado carece de fundamento. Ele também criticou aqueles que promovem essas alegações infundadas, classificando-os como “ridículos”.
Esposa de líder criminoso A polêmica em torno das acusações teve início quando Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do Comando Vermelho, foi vista no Palácio da Justiça em Brasília pelo menos duas vezes neste ano. Tio Patinhas foi preso em dezembro de 2022.
Após a exposição desse caso, o ministério implementou mudanças nas regras de acesso à sede do órgão, exigindo agora um cadastro com antecedência de 48 horas para reuniões. Os visitantes e seus acompanhantes devem fornecer seus nomes e CPFs, permitindo uma verificação mais rigorosa por parte da equipe de inteligência do ministério.
Embora o ministério tenha reconhecido a presença de Luciane, explicou que ela não foi a solicitante da audiência e que a reunião foi solicitada por uma entidade de advogados. A pasta destacou que a presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se identificaram como suas dirigentes.
Luciene, conhecida como a “dama do tráfico amazonense,” esteve acompanhada do secretário nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, em março. Vaz esclareceu que a audiência foi atendendo a uma solicitação da Associação Nacional da Advocacia Criminal, feita pela advogada Janira Rocha.
Em maio, Luciene participou de outro encontro para tratar do mesmo assunto. No entanto, o ministério destacou que não houve avanços significativos no tema após essas reuniões.
Luciene possui condenação em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas recorre em liberdade da sentença de dez anos de prisão. Seu marido, Tio Patinhas, cumpre pena de 31 anos de prisão no Amazonas.
