Javier Milei Mantém Postura Rígida Contra Lula em Caso de Vitória Eleitoral

O ambiente político da Argentina se aquece com as recentes declarações de Javier Milei. O candidato libertário, conhecido por suas posturas ultraliberais, reafirmou sua resistência em estabelecer laços com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem categorizou abertamente como “comunista”. Esta posição surge em um contexto onde Brasil e Argentina, dois gigantes do comércio na América Latina, observam atentamente os rumos políticos um do outro.

Em uma entrevista conduzida pelo jornalista peruano Jaime Bayly, Milei, que enfrentará Sergio Massa no segundo turno das eleições presidenciais argentinas em 19 de novembro, expressou sua opinião contundente sobre Lula, respondendo prontamente “Comunista” ao ser questionado sobre o presidente brasileiro. A conversa tomou um tom ainda mais crítico quando Bayly mencionou acusações de corrupção, levando Milei a relembrar a prisão de Lula.

Anteriormente, após a Argentina ser convidada a se juntar ao Brics, um grupo de países em desenvolvimento que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Milei já havia expressado sua relutância em se associar a nações de orientação comunista, como Brasil e China. Ele reiterou que, se eleito, não pretende seguir com a adesão ao bloco.

Quanto às relações comerciais e diplomáticas com o Brasil, Milei declarou não almejar um rompimento, mas ressaltou que o mercado deve ser livre de interferências estatais. Ele frisou sua preferência em alinhar a Argentina com países como os Estados Unidos e Israel, representantes do que ele considera o “mundo livre”.

Adicionalmente, Milei acusou Lula de intervir nas eleições argentinas, alegando financiamento de parte da campanha e a contratação de especialistas brasileiros em campanhas negativas, durante uma entrevista ao canal LN+ do jornal La Nación.

Contraponto a estas afirmações veio de Daniel Scioli, embaixador argentino no Brasil. Scioli defendeu a diplomacia comercial praticada por Sergio Massa e criticou as declarações de Milei, ressaltando a importância das relações com o Brasil e a China para a Argentina.

Enquanto isso, relatos na imprensa argentina no dia 29 de agosto indicaram uma reunião entre Lula e Sergio Massa, que buscava um empréstimo de 600 milhões de dólares para fomentar exportações argentinas, com Lula prometendo enviar uma equipe para apoiar Massa na campanha eleitoral.

Essas informações foram reportadas originalmente pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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