Reforço Emergencial: Uma Batalha Contra as Chamas na Amazônia

Ampliando as forças na guerra contra as chamas avassaladoras na Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) mobiliza uma robusta equipe de 149 brigadistas adicionais, elevando o contingente total para 289 no enfrentamento direto aos focos de incêndio que devastam a região. Destes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) contam, respectivamente, com 119 e 87 profissionais.

Esses reforços, como averiguado, já estão, em parte, desempenhando suas funções críticas na região, enquanto se espera que os restantes cheguem até domingo (15), graças a um transporte efetuado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Na última sexta-feira (13), em um comunicado conjunto à mídia, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, juntamente com o Ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Goes, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disseram que o desmatamento se mantém como principal propulsor das queimadas. Silva destaca: “A fomentação das chamas na Amazônia, em sua essência, não é um fenômeno natural – é uma ação usualmente perpetrada com intenções dolosas ou visando a reconfiguração da cobertura vegetal para fins específicos.”

Em uma escalada alarmante, a previsão, segundo Goes, é que o número de municípios amazonenses em estado de emergência possa atingir a marca de 60 nas iminentes semanas. Presentemente, o número é de 55, com cinco adicionalmente em alerta. Se essa projeção se concretizar, impressionantes 97% dos municípios da região estarão oficialmente em estado de emergência.

Os municípios que se encontram nesse estado de crise podem, sob este estatuto, acessar recursos federais de maneira mais simplificada, realizando aquisições emergenciais sem a necessidade de licitação e ultrapassando metas fiscais previamente estabelecidas para financiar ações urgentes. Goes menciona que, nesta primeira fase, “os recursos serão direcionados especificamente aos municípios para auxílio humanitário, em linha com os planos de ação que estão sendo submetidos.”

Silva também salienta o papel crucial da sociedade no mitigar dos incêndios na Amazônia, sugerindo uma abordagem sinérgica entre a comunidade, brigadistas e corpo de bombeiros.

A preocupação é que a situação se deteriore ainda mais nos meses vindouros, com o pico do El Niño previsto para o intervalo entre dezembro e janeiro. A condição atmosférica, caracterizada pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico equatorial por um período mínimo de seis meses, impacta os padrões climáticos, alterando precipitação, ventos e temperaturas, conforme detalha o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A seca severa, parcialmente atribuída ao El Niño, já foi sentida desde maio em algumas áreas do Amazonas e Pará, com os níveis de precipitação ficando abaixo das médias históricas. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o déficit pluviométrico experimentado entre julho e setembro nas zonas interioranas do Amazonas e no norte do Pará foi o mais acentuado desde 1980.

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