Hacker da ‘Vaza Jato’ Apresenta Provas de Pagamentos de Zambelli à Polícia Federal

O célebre hacker Walter Delgatti Neto, reconhecido por ter desencadeado a operação “Vaza Jato”, forneceu à Polícia Federal registros que comprovam transferências monetárias realizadas por indivíduos vinculados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A informação provém da equipe jurídica de Delgatti e foi corroborada à Record TV pelo advogado Ariovaldo Moreira. O depoimento do hacker à PF ocorreu tanto na quarta-feira (16) quanto na sexta-feira (18).

Conforme relato de Moreira, os valores em questão correspondem a uma parte da compensação acordada pela invasão bem-sucedida ao sistema do Conselho Nacional de Justiça no início deste ano. A documentação apresentada totaliza a quantia de R$ 13.500, provenientes dos R$ 40.000 que Delgatti alega ter recebido de Zambelli. Os montantes remanescentes teriam sido liquidados em espécie.

Na ocasião, um mandado de prisão falso, envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi inserido no banco de dados do Cadastro Nacional de Mandados de Prisão do CNJ. A mensagem, contendo a assinatura de Moraes e a frase “publique-se, intime-se e faz o L”, em alusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causou grande controvérsia.

Depoimentos Prestados pelo Hacker

Delgatti já havia sido interrogado pela Polícia Federal na quarta-feira (16). As autoridades solicitaram sua presença novamente com o intuito de examinar possíveis inconsistências entre suas declarações aos agentes e seu testemunho perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de Janeiro, na qual compareceu na quinta-feira (17), um dia após seu primeiro depoimento à PF.

Ao depor diante da comissão parlamentar, Delgatti acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de lhe oferecer um indulto caso ele admitisse ter interceptado ilegalmente as comunicações de Alexandre de Moraes, além de ter supostamente orquestrado um plano para questionar a segurança das urnas eletrônicas nas eleições de 2022.

Posicionamento do Conselho Nacional de Justiça

Na quinta-feira (17), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou uma nota na qual informava que as averiguações relativas à invasão de seu sistema estavam sendo conduzidas sob sigilo judiciário.

“O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reitera que todos os desdobramentos decorrentes da invasão de seu sistema, ocorrida em janeiro de 2023, estão sendo objeto de apuração em um processo judicial sujeito a segredo de justiça. Internamente, todas as medidas de investigação e confirmação dos protocolos de segurança, conforme diretrizes preestabelecidas, já foram tomadas”, declarou o comunicado.

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