Nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou um encontro de relevância com o procurador-geral da República, Augusto Aras. A discussão girou em torno do processo de sucessão na Procuradoria-Geral da República (PGR). À medida que se aproxima o término do mandato de Aras à frente da PGR, em setembro, Lula se vê diante da responsabilidade de escolher um substituto.
Augusto Aras, que assumiu a PGR em 2019, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e posteriormente reconduzido ao cargo em 2021, está em busca de renovar seu mandato. Lula, por sua vez, expressou sua consideração pela possibilidade de manter Aras no comando da PGR, porém, ressaltou que tal decisão não será tomada sem um exame criterioso de todos os nomes em consideração.
O presidente enfatizou a importância de selecionar um novo procurador-geral da República que se distinga por sua integridade e compromisso com a justiça. “Vou escolher no momento oportuno um procurador-geral da República que não faça acusações infundadas. Será uma escolha minuciosa, realizada com a devida cautela para evitar equívocos. Minha intenção é nomear alguém que seja defensor deste país, alguém que nutra um sincero apreço por esta nação e que jamais lance acusações falsas”, declarou Lula durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais no início deste mês.
Dentre as possíveis alternativas em discussão, destaca-se o subprocurador Antônio Carlos Bigonha, com uma trajetória no Ministério Público Federal desde 1992. Bigonha tem recebido recomendações de figuras políticas do Partido dos Trabalhadores (PT), principalmente devido à sua posição crítica em relação à Operação Lava Jato.
Em um artigo recente, ele fez duras críticas ao Ministério Público Federal, descrevendo-o como uma “força policial com prerrogativas extraordinárias” e condenou as “investigações persecutórias” que ocorreram nos últimos anos. Além disso, Bigonha abordou a questão da “detenção arbitrária” de Lula, a quem ele enalteceu como “um dos mais notáveis líderes populares de todos os tempos”.
Outro nome em consideração é o subprocurador Carlos Frederico Santos, que foi designado por Aras para supervisionar os casos relacionados aos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro. Santos apresentou denúncias contra aproximadamente 1.400 indivíduos perante o Supremo Tribunal Federal. Similarmente a Bigonha, Santos manifestou descontentamento em relação à Operação Lava Jato, sustentando que esta não alcançou níveis satisfatórios de eficiência.
Uma quarta opção é o subprocurador Paulo Gustavo Gonet Branco, atual vice-procurador-geral eleitoral. Ele ficou encarregado de elaborar o parecer do Ministério Público Eleitoral que admite a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral declarar a inelegibilidade de Bolsonaro devido à sua conduta durante um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano anterior. Nesse encontro, Bolsonaro suscitou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas e lançou críticas ao sistema eleitoral do país, sem, contudo, apresentar provas substanciais que sustentassem suas afirmações.