Retomada Econômica em Risco? Especialista Alerta Sobre Fim do Parcelamento Sem Juros!

O chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou-se no Senado na última quinta-feira (10) a favor de uma taxa em compras parceladas sem juros.

A proposta tem como objetivo enfrentar o alto índice do crédito rotativo, que alcançou 437,3% em junho, marcando o recorde desde 2016.

O cenário segundo os especialistas

Para Gelton Pinto Coelho, renomado economista, esta proposta pode trazer consequências negativas para a recuperação econômica do país.

Coelho enfatiza que medidas que elevam custos do parcelamento podem reduzir o consumo das famílias.

“Em um momento de retomada econômica, necessitamos impulsionar a circulação de dinheiro, além de gerar mais empregos e renda”, analisa.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ressalta que 75% dos usuários de cartões no Brasil optam por parcelar suas compras.

A instituição propõe um debate mais amplo sobre a predominância da renda da população no setor bancário, quando poderia ser reinvestida no varejo, beneficiando comerciantes.

Altas taxas em foco

Coelho destaca que o cerne da questão no crédito rotativo são os juros exorbitantes. Ele indica que o uso do cartão de crédito tem sido direcionado para cobrir necessidades básicas da população.

“Minha maior inquietação são as taxas atuais, levando muitos ao endividamento. Grande parte dos gastos com cartões e cheque especial está atrelada a despesas essenciais, como alimentação e saúde, refletindo o impacto da inflação e a ausência de financiamentos acessíveis”, declara.

A elevada taxa de juros do crédito rotativo, segundo o economista, atrapalha o fluxo monetário do país, especialmente devido à rápida ativação do rotativo em casos de inadimplência.

Restrição do consumo e projeções para o setor

A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) revisou recentemente suas projeções, estimando um crescimento de 9% a 11% nas transações com cartões neste ano.

Giancarlo Greco, presidente da Abecs, reconhece a complexidade do tema e enfatiza a importância de diminuir os custos do crédito rotativo, visando fortalecer o poder de compra dos cidadãos.

“Nosso foco está no consumo familiar, garantindo ferramentas que auxiliem no cotidiano”, afirma Greco, otimista sobre as próximas semanas.

O posicionamento da Febraban

Em declaração recente, a Febraban destaca a importância do cartão de crédito como instrumento fundamental de consumo, mas alerta para uma distorção observada no Brasil: o alto volume de compras parceladas sem juros.

A federação busca soluções equilibradas, que possam englobar o fim do crédito rotativo e a reestruturação das compras parceladas.

Conversas entre a Febraban, Ministério da Fazenda, Banco Central e varejistas estão em andamento, contudo, sem data prevista para conclusão.

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