Americanas pede recuperação judicial: o que vai acontecer com as ações da empresa?

Lojas Americanas

A Americanas (AMER3) anunciou recuperação judicial (RJ) no meio do pregão desta quinta-feira (19), poucas horas depois de afirmar que o pedido seria iminente.

No caso, a empresa tomou essa decisão devido a detectar “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões.

Isso porque, as dívidas da Americanas somam R$ 43 bilhões e envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. É o quarto maior caso de recuperação judicial já registrado no país.

Mais cedo, nesta quinta-feira, a Americanas afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais “uma parcela significativa” estava “injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem”.

Isso ocorreu depois que o BTG Pactual (BPAC11) conseguiu na Justiça o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão sob custódia do banco.

No entanto, a situação é muito diferente da apresentada pelo ex-CEO da varejista Sergio Rial, que em conferência com o mercado na semana passada afirmou que a empresa tinha um caixa de R$ 7,8 bilhões.

Isso deixaria a empresa em uma situação confortável para fazer frente às obrigações correntes e continuar suas operações enquanto negociava com os bancos, além de continuar investigações sobre eventuais fraudes.

Porém, sem caixa e com poucos ativos, o pedido de RJ passou a ser visto apenas como uma “questão de tempo”, com o pedido sendo confirmado pouco tempo depois.

Com o pedido de recuperação judicial agora sendo um fato, o primeiro passo foi a suspensão temporária da negociação das ações, o que aconteceu depois que o pedido de RJ foi noticiado.

Assim, depois de cerca de meia hora com as negociações suspensas, as ações voltaram a ser negociadas.

Uma vez que o pedido de recuperação é aprovado, a Americanas obtém um período de 180 dias (prazo de blindagem) durante o qual todas as suas obrigações de dívida ficam suspensas.

Sendo assim, as ações devem sair do Ibovespa e de todos os outros índices, uma vez que, de acordo com a metodologia da B3, as empresas em recuperação judicial não são elegíveis para fazer parte de nenhum índice.

A Americanas deve ser removida dos índices nos quais ela participa se a recuperação judicial for sancionada, geralmente no dia seguinte ao anúncio.

Nesse caso, é importante notar que a recuperação judicial é um processo complexo e incerto, e pode levar meses ou até anos para ser concluído.

Portanto, durante esse tempo, a empresa terá que lidar com a possibilidade de uma redução significativa de seus ativos, o que pode afetar seus negócios e os empregos de seus funcionários.

Além disso, os investidores e credores podem sofrer perdas significativas.

Entenda quais são os próximos passos da Americanas em caso de Recuperação Judicial

  1. Apresentação do Plano de Recuperação Judicial: A empresa tem 60 dias para apresentar a primeira versão de um plano de reestruturação, destacando as principais medidas a serem tomadas para equilibrar sua estrutura de capital, que geralmente se concentra em três pilares principais:
  2. Gerenciamento de passivos: Isso pode ser feito através de negociação de dívida (cortes ou extensão de termos) e conversão de dívida em ações;
  3. Injeção de capital: A XP estima que isso exigirá entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões;
  4. Desinvestimento de ativos: os analistas da XP acreditam que o Hortifruti Natural da Terra, Grupo Uni.co (Puket e Imaginarium), e a Joint Venture Vem Conveniência podem ser potenciais candidatos.
  • Convocar uma assembleia de credores: A empresa tem até 150 dias para convocar uma assembleia de credores para aprovar o plano;
  • Aprovação do plano de reestruturação: A lei prevê que o período de blindagem seja suficiente para a aprovação de um plano, embora possa ser estendido por mais 180 dias.”

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