Crise dos Mísseis: À Beira da Terceira Guerra Mundial

Tensão entre EUA e URSS em 1962 quase resultou no fim da humanidade.

Em 1962, o mundo esteve à beira de uma guerra mundial, potencialmente a última. Navios soviéticos navegaram em águas cubanas, desafiando o domínio americano no Caribe, uma região estratégica desde o século 19. Essa provocação abalou a Doutrina Monroe, que defendia a América para os americanos. Democratas e republicanos uniram-se na defesa da supremacia dos EUA, prontos para enfrentar qualquer potência estrangeira que ameaçasse sua influência.

Cuba no Centro das Atenções

A presença soviética em Cuba colocou a ilha no centro das atenções globais. O governo cubano, liderado por Fidel Castro, usou o momento para promover sua política anti-imperialista na América Latina. A ação russa foi vista como uma oportunidade para que os países escolhessem seus destinos sem a intervenção de Washington.

O fracasso da invasão da Baía dos Porcos reforçou a imagem dos EUA como um “tigre de papel”, conforme a expressão de Mao Zedong. A crise econômica cubana, agravada pelo embargo americano, aproximou ainda mais o país da União Soviética, tornando o apoio russo vital não apenas militarmente, mas também economicamente.

A Ameaça dos Mísseis

A instalação de foguetes nucleares soviéticos em Cuba foi um desafio direto aos EUA. Os mísseis de médio alcance podiam atingir Washington e Nova York, gerando uma crise sem precedentes. Em 1962, o mundo assistiu à segunda “paz armada” do século 20, com o equilíbrio nuclear prevenindo um ataque direto, mas mantendo uma tensão constante.

A descoberta de bases de mísseis soviéticos em Cuba, a partir de fotos de aeronaves espiãs americanas, intensificou a crise. O presidente John Kennedy decretou um bloqueio naval em torno de Cuba, ameaçando afundar navios soviéticos que trouxessem equipamentos militares. A União Soviética, liderada por Nikita Kruschev, respondeu com ameaças de confronto direto.

Diplomacia e Alívio

A tensão culminou em intensas negociações diplomáticas. Os EUA comprometeram-se a não invadir Cuba e a retirar seus mísseis da Turquia, que ameaçavam Moscou. Em troca, os soviéticos desmantelariam suas bases nucleares em Cuba. A crise foi evitada por um fio, trazendo um alívio geral ao mundo.

Albert Einstein, questionado sobre como seria a Terceira Guerra Mundial, respondeu: “A terceira não sei, mas a quarta vai ser de arco e flecha”, destacando o potencial destrutivo das armas nucleares. A Crise dos Mísseis de 1962 permanece um marco na história, exemplificando o perigo de uma guerra nuclear e a importância da diplomacia na resolução de conflitos globais.

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