Lula Retorna ao Brasil e Deve Definir Cortes de Gastos Públicos

Presidente convoca equipe econômica para analisar alternativas ao Orçamento e evitar cortes em saúde e educação.

De volta ao Brasil após compromissos na Europa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para reuniões decisivas com a equipe econômica do governo federal, buscando definir medidas para a redução de gastos públicos. O objetivo é equilibrar as contas da União, mas ainda há indefinição sobre quais áreas sofrerão cortes. Lula é categórico ao afirmar que saúde e educação não serão afetadas.

Durante uma coletiva de imprensa no último sábado (15), na Itália, antes de retornar ao Brasil, Lula enfatizou a necessidade de eliminar gastos desnecessários, ressaltando que “a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres”. Segundo ele, o que muitos consideram como gastos, ele vê como investimentos essenciais. “O povo pobre ficou esquecido. Não, não é possível. Eu quero acabar com a pobreza nesse país. Eu quero criar um país de classe média baixa. É possível construir esse país”, afirmou o presidente.

Na semana anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o governo está realizando uma revisão abrangente de despesas, buscando acomodar as demandas do Congresso e do Executivo, além de garantir estabilidade financeira para o próximo ano. Ele mencionou que os cortes podem incluir despesas primárias, financeiras e tributárias.

Outro tema controverso na agenda de Lula é a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e pequenos municípios, que gerou tensão entre o Executivo e o Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rejeitou partes da medida provisória que propunha uma compensação alternativa através dos créditos de PIS/Cofins, mas expressou disposição para dialogar com Lula sobre o assunto. “A desoneração é uma realidade. Ajustamos um bom acordo para mantê-la em 2024, com uma reoneração gradativa a partir de 2025”, declarou Pacheco.

Na Itália, Lula criticou a rejeição da proposta governamental, afirmando que agora a responsabilidade está com os empresários e o Legislativo para encontrar uma solução viável. “Eu disse para o Haddad: ‘Haddad, não é problema mais do governo, o problema agora é deles’. A decisão da Suprema Corte diz que, dentro de 45 dias, se não tiver o acordo, está válido o meu veto. Aí não vai ter a desoneração”, ressaltou Lula.

Os próximos dias serão cruciais para o governo Lula, que busca alternativas viáveis para o ajuste fiscal sem comprometer os programas sociais prioritários e o desenvolvimento econômico do país.

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