Aumento de Casos de Dengue Atinge Todos os Distritos de São Paulo

Zona Leste e Norte apresentam as maiores incidências, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde.

A dengue continua a se espalhar por todos os distritos de São Paulo, com 42,3 mil novos casos registrados na última semana, conforme aponta o boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgado nesta segunda-feira (27). Entre os dias 12 e 18 de maio, as zonas leste e norte da cidade foram as mais afetadas.

Desde que a Prefeitura decretou estado de emergência em 18 de março, devido à epidemia de dengue, os números só aumentaram. A incidência atual na capital paulista é de 3.078,4 casos por 100 mil habitantes, muito acima do limite de 300 casos por 100 mil habitantes estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para caracterizar uma epidemia.

São Miguel, na zona leste, apresentou um aumento significativo na incidência de dengue, passando de 9.931,5 para 11.074,4 casos por 100 mil habitantes. Jaguara, na zona oeste, registrou a maior incidência da cidade, subindo de 12.100,7 para 12.412,1 casos.

Os distritos com as menores incidências são Jardim Paulista (522,8), Moema (603,8), República (646,3), Saúde (714,5) e Vila Mariana (778,0). Em contrapartida, os distritos com as maiores incidências incluem Jaguara, São Miguel, Guaianases (6.905,1), Vila Jacuí (6.505,6) e Perus (6.359,3).

Atualmente, apenas dez distritos em São Paulo possuem incidências abaixo de mil casos por 100 mil habitantes, comparado aos doze distritos da semana anterior. Cinco desses distritos estão localizados no centro (Consolação, Bela Vista, Liberdade, República e Sé), três no sudeste (Moema, Saúde e Vila Mariana) e dois na zona oeste (Itaim Bibi e Jardim Paulista).

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) aponta que não há um fator determinante único para as variações na ocorrência de dengue entre os distritos, mas fatores como clima, características demográficas e densidade populacional desempenham um papel importante.

Desde o início do ano, São Paulo já registrou 369.580 casos confirmados e 182 mortes por dengue, conforme dados provisórios até 22 de maio. Na comparação entre as duas semanas anteriores, houve um aumento de 30,4 mil novos casos.

Embora São Paulo registre uma alta nos casos de dengue, o Ministério da Saúde informa que, em nível nacional, há uma tendência de estabilidade ou redução. Todos os estados e o Distrito Federal estão apresentando estabilidade ou queda nos casos, inclusive São Paulo. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, afirmou em entrevista coletiva no último dia 14 de maio que “já passamos pelo pico dos óbitos”.

Na capital paulista, a SMS havia previsto um platô, ou seja, um período de estabilidade antes da queda dos casos, para o final de abril e maio. No entanto, o infectologista Alexandre Naime Barbosa alerta que é impossível diagnosticar um platô em tempo real ou prever sua ocorrência com precisão.

Especialistas acreditam que a explosão de casos de dengue no Brasil está relacionada ao crescimento urbano desordenado e à precariedade de serviços de infraestrutura básica, como saneamento e limpeza urbana. Até a sexta-feira (24), o Brasil registrava 45,2 milhões de casos prováveis de dengue e 3.038 mortes causadas pela doença.

Relacionados

error: O conteúdo está protegido.