Em meio a ajustes estratégicos, lucro da estatal cai 38% comparado ao ano anterior, mas mantém política de remuneração aos acionistas.
No primeiro trimestre de 2024, a Petrobras registrou uma queda significativa de 38% em seu lucro líquido, alcançando R$ 23,7 bilhões. Esse resultado representa uma diminuição comparada tanto ao trimestre anterior quanto ao mesmo período do ano passado. Apesar da redução, a estatal anunciou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio no valor de R$ 13,45 bilhões, o que corresponde a uma distribuição de R$ 1,04 por ação ordinária e preferencial.
Esses pagamentos serão efetuados em duas parcelas iguais, marcadas para 20 de agosto e 20 de setembro, respectivamente. A cifra dos dividendos distribuídos neste trimestre é 45,5% inferior à do mesmo período de 2023, que foi de R$ 24,7 bilhões. A mudança significativa deve-se, em parte, à nova política de dividendos adotada pela companhia em julho de 2023, que reduziu a parcela do fluxo de caixa livre destinada aos acionistas de 60% para 45%.
A União, como principal acionista detendo 36,6% do capital via Tesouro Nacional, BNDES e BNDESPar, receberá aproximadamente R$ 4,92 bilhões desse montante. Esse valor é parte de uma série de distribuições que, em anos anteriores, alcançaram cifras expressivas. Em 2023, a Petrobras distribuiu um total de R$ 94,4 bilhões, dos quais R$ 72,4 bilhões foram proventos ordinários e os restantes R$ 22 bilhões, proventos extraordinários.
No cenário atual, o mercado reagiu positivamente à continuidade dos pagamentos, apesar das intercorrências do ano passado, quando houve retenção de dividendos extraordinários por orientação presidencial, situação que foi posteriormente revertida em assembleia de acionistas.
Esta regularidade na remuneração aos acionistas, mesmo diante de um lucro menor, ressalta a estratégia da Petrobras de manter uma política estável de dividendos, fator que tem sido recebido com otimismo por investidores, contribuindo para a valorização das ações no período recente.