Tensões Persistem Entre Israel e Hamas Apesar das Negociações para Cessar-Fogo.
O Exército de Israel deu início a uma operação de evacuação nesta segunda-feira (6) na região leste de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, com o objetivo de remover cerca de 100.000 pessoas. Esta ação acontece em meio a um impasse nas negociações entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, visando um acordo de cessar-fogo após quase sete meses de conflitos.
As diferenças persistentes entre Israel e o Hamas em busca de um acordo para encerrar os combates ficaram evidentes durante as negociações realizadas no fim de semana no Cairo. Mediadores, incluindo Catar, Egito e Estados Unidos, têm atuado há meses para alcançar uma trégua que também possibilite a libertação dos reféns israelenses mantidos em Gaza.
Apesar das expectativas sobre o avanço das negociações em Doha nesta segunda-feira, onde está prevista a visita do diretor dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, William Burns, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que invadirá Rafah com ou sem trégua, despertando preocupações internacionais sobre o destino dos civis refugiados nesta cidade.
Segundo informações do Exército de Israel, a operação de evacuação tem um alcance limitado e visa temporariamente retirar os residentes da parte leste de Rafah. As autoridades estimam que quase 100.000 pessoas serão afetadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase 1,2 milhão de pessoas residem na região.
O Exército israelense instruiu os residentes a seguirem para zonas humanitárias ampliadas, como Al Mawasi, cidade localizada na costa, a quase 10 quilômetros de Rafah, onde foram instalados hospitais de campanha e tendas com suprimentos essenciais.
Enquanto isso, o impasse persiste nas negociações entre Israel e Hamas. O Hamas insiste que o cessar-fogo deve ser definitivo, enquanto Israel mantém sua promessa de conter o movimento palestino. A recente escalada de violência resultou em bombardeios israelenses durante a noite em Rafah, deixando 16 mortos, conforme relatos locais.
A incerteza prevalece entre os moradores de Rafah, que temem uma escalada ainda maior da violência em caso de fracasso das negociações. Um residente destacou a angústia enfrentada pela população diante da operação de evacuação e da falta de clareza sobre para onde se dirigir em meio aos conflitos em curso.
O primeiro-ministro israelense reiterou no domingo sua posição contra as “exigências” do Hamas, enquanto o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahu de sabotar os esforços mediadores.
Enquanto isso, o movimento libanês Hezbollah anunciou uma série de ataques contra bases israelenses no Golã sírio, em represália a um ataque contra a região de Bekaa, no leste do Líbano, aumentando ainda mais as tensões na região.
