Presidente do STF reitera a autoridade das ordens judiciais em resposta a desafios e críticas na esfera digital.
Na esteira de recentes desdobramentos jurídicos que colocaram o empresário Elon Musk no centro de uma investigação sobre milícias digitais, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, proferiu uma declaração enfática nesta segunda-feira (8). Barroso destacou que, embora as decisões judiciais possam ser contestadas através de recursos, o descumprimento deliberado dessas ordens contraria princípios fundamentais do Estado de Direito, uma norma que, segundo ele, é universalmente reconhecida e será rigorosamente aplicada no Brasil.
Esta pronunciamento surge em um momento de intensa discussão sobre a liberdade de expressão e o uso das redes sociais no país, catalisada pela inclusão de Musk, proprietário da rede social X (anteriormente Twitter), em um inquérito liderado pelo ministro Alexandre de Moraes. O inquérito busca esclarecer alegações de obstrução à justiça, formação de organização criminosa e incitação ao crime associadas ao magnata da tecnologia.
Barroso expressou preocupação com o uso das plataformas digitais para fins que ameaçam a democracia e a ordem pública, refletindo sobre um período recente de turbulência política no Brasil, marcado pela defesa do STF ao Estado Democrático de Direito. “O Supremo Tribunal Federal, guardião das instituições, reafirma que empresas operando sob a égide brasileira estão compelidas a respeitar a Constituição, as leis nacionais e as determinações de suas autoridades,” ressaltou o ministro.
O contexto desta declaração inclui a decisão de Moraes de instaurar uma investigação contra Musk, acompanhada da imposição de uma multa diária significativa por cada conta indevidamente reativada na plataforma X. Musk, por sua vez, tem utilizado a rede para vocalizar suas críticas à atuação de Moraes, denunciando o que percebe como uma limitação à liberdade de expressão no país.
Esta controvérsia foi ampliada por comentários do jornalista americano Michael Shellenberger, que apontou para uma suposta repressão à liberdade de expressão orquestrada pelo ministro Moraes, uma situação que reacende o debate sobre os limites da censura e a proteção dos direitos fundamentais na era digital.