Diante de evidências científicas, instituições de ensino nos EUA e Canadá revisam políticas educacionais priorizando a caligrafia e materiais didáticos impressos.
Em uma era dominada pela tecnologia, o movimento global na educação tem evidenciado um retorno às práticas tradicionais de ensino, com escolas nos Estados Unidos e Canadá reavaliando a substituição integral de materiais didáticos analógicos por digitais. Pesquisas recentes apontam para a eficácia da escrita à mão, especialmente em letra cursiva, na promoção do aprendizado, levando à reintegração desta prática e dos livros impressos nas salas de aula.
Historicamente, a evolução tecnológica, apesar de benéfica, traz consigo questionamentos sobre seus efeitos a longo prazo na aprendizagem infantil. O exemplo da Suécia, que há 15 anos adotou um sistema de ensino totalmente digital, serve de alerta. Uma diminuição significativa na compreensão de textos entre estudantes suecos culminou na suspensão desse modelo educacional, reacendendo debates sobre o equilíbrio entre o uso de tecnologias e métodos tradicionais de ensino.
A ciência corrobora a importância da escrita à mão, destacando-a não apenas como um exercício motor, mas como uma prática que engaja áreas cerebrais responsáveis pela integração da visão e linguagem, segundo Virginia Berninger, professora de Psicologia Educacional na Universidade de Washington. Estudos indicam que alunos que fazem anotações à mão demonstram um melhor aproveitamento do conteúdo em comparação com aqueles que utilizam dispositivos eletrônicos, devido à ativação cerebral diferenciada que a escrita manual promove.
Além de melhorar a capacidade de aprendizado, a escrita à mão possui uma dimensão afetiva, como ilustra a experiência de troca de cartas manuscritas entre estudantes. Este exercício, além de fomentar a empatia e o interesse pelo outro, revela o valor único da escrita manual na expressão de sentimentos, algo que as ferramentas digitais não conseguem replicar integralmente.
A revalorização da letra cursiva e dos livros impressos reflete um reconhecimento crescente de que, em meio ao avanço tecnológico, há aspectos fundamentais da experiência humana que permanecem imutáveis. Instituições educacionais nos EUA e Canadá, ao reintegrarem essas práticas, não apenas acatam as evidências científicas mas também resgatam uma conexão mais humana e profunda no processo de ensino e aprendizagem, abrindo caminho para um futuro que equilibra inovação e tradição.