Com a metrópole ainda às escuras, autoridades buscam explicações e soluções para os frequentes apagões
À medida que São Paulo enfrenta o quinto dia consecutivo de apagões em seu núcleo central, a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na região, encontra-se no centro das atenções. A diretora de Redes de Alta-Tensão e Subterrânea da empresa, Karine Torres, detalha que uma combinação de fatores levou à atual situação, destacando-se as elevadas temperaturas que assolaram a capital paulista, contribuindo significativamente para os cortes de energia experimentados por milhares de residentes.
Os transtornos começaram na última segunda-feira (18), afetando inicialmente a Vila Buarque e, subsequentemente, áreas adjacentes, tais como Santa Cecília e Higienópolis. Dentre as causas alegadas para o incidente inicial, a Enel aponta um dano à sua rede subterrânea de cabos, incidente este refutado pela Sabesp. As interrupções se estenderam ao longo da semana, impactando diversos bairros e elevando para cerca de 35 mil o número de consumidores afetados.
Torres explica que a sequência de dias com temperaturas extremas, aliada a um consumo de energia acima do normal, desempenhou um papel crucial nos eventos. A diretora enfatiza ainda as dificuldades inerentes ao reparo da infraestrutura subterrânea, citando a necessidade de aderir a protocolos rigorosos para garantir a segurança das equipes de manutenção e da população.
Em resposta aos eventos, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que conduza uma investigação rápida e minuciosa sobre as circunstâncias dos apagões, enquanto questionamentos sobre a capacidade da Enel de fornecer um serviço de qualidade à população ganham força.
O episódio reacende debates sobre a resiliência e eficiência da infraestrutura energética diante de condições climáticas adversas e de picos de consumo, levando a uma reflexão sobre as medidas necessárias para prevenir futuras interrupções no fornecimento de energia, cruciais para o cotidiano e a economia da maior cidade do país.