Em reunião ministerial, o presidente expõe supostas ações golpistas e classifica Bolsonaro como “covardão”
Em pronunciamento feito durante a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expôs sua visão sobre um suposto esquema de golpe de Estado orquestrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Classificando Bolsonaro de “covardão”, Lula acusou-o de tentar usurpar o poder após a derrota nas urnas em 2022, evidenciando uma trama que, segundo ele, colocou a democracia brasileira em xeque.
Lula detalhou suas acusações no Palácio do Planalto, mencionando que as tentativas de golpe ficaram mais claras após depoimentos e provas vindas de pessoas próximas ao ex-governo, incluindo altos oficiais das Forças Armadas. “O risco de um golpe era real, baseado nas ações e planejamentos post-eleitorais de 2022”, afirmou o presidente, sublinhando a seriedade da ameaça à estabilidade democrática do país.
A narrativa de Lula ganha contornos mais definidos com a divulgação de informações até então sigilosas por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. Depoimentos de militares, incluindo o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior, contribuíram para o entendimento das dimensões do alegado plano golpista, que incluía ameaças diretas à ordem constitucional.
Segundo Lula, Bolsonaro carecia da coragem necessária para levar adiante suas intenções golpistas, permanecendo isolado e desolado no Palácio da Alvorada. O ex-presidente, ainda segundo Lula, contava com o apoio de manifestantes financiados para provocar uma ruptura institucional, o que não se concretizou graças à resistência dentro das próprias Forças Armadas e à falta de ação decisiva de Bolsonaro.
Investigações revelaram a existência de documentos e vídeos que corroboram a tentativa de interferir no resultado eleitoral e promover um golpe. Entre esses documentos, encontram-se minutas preparadas por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e planos detalhados apresentados a comandantes militares visando a detenção de autoridades judiciárias e a anulação das eleições.
O caso segue sob escrutínio, com o judiciário brasileiro desvelando progressivamente as camadas dessa trama que ameaçou a democracia. Lula, reafirmando seu compromisso com a estabilidade institucional, condena as ações de seu antecessor, marcando um capítulo conturbado na história política recente do Brasil.