O crescimento econômico esfria em Janeiro, revelam indicadores do Banco Central
Em um recente levantamento realizado pelo Banco Central do Brasil, foi constatado um desaceleramento no crescimento econômico do país no início deste ano. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), houve um avanço de 0,60% em janeiro, sinalizando uma perda de ímpeto comparado ao crescimento observado em meses anteriores. Esse índice, muitas vezes visto como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), indica a soma total de bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional.
Ainda que o crescimento tenha apresentado uma desaceleração, janeiro marcou o segundo mês consecutivo de elevação no indicador, que teve um aumento de 0,82% em dezembro e manteve-se praticamente estável em novembro, com uma leve alta de 0,01%. O IBC-Br atingiu 148,5 pontos na série ajustada sazonalmente, o patamar mais elevado desde abril do ano anterior, quando alcançou 148,8 pontos.
Em um olhar comparativo com o mesmo período do ano passado, janeiro de 2024 mostrou um crescimento de 3,45%, acumulando um aumento de 2,47% nos últimos 12 meses. Esses dados refletem as atividades econômicas em diversos setores, incluindo indústria, comércio, serviços e agropecuária, além da arrecadação de impostos, seguindo metodologias similares às do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Analisando o trimestre finalizado em janeiro, observou-se um crescimento de 0,90% em comparação com o trimestre anterior, e um aumento de 2,37% se comparado ao mesmo período do ano passado.
Projeções e Expectativas do Banco Central
O Banco Central tem projetado um crescimento mais moderado para o ano corrente, estimando um avanço de 1,7% no PIB, uma revisão ligeiramente mais baixa que a previsão anterior de 1,8%. Esta revisão decorre de ajustes nas expectativas para setores chave da economia, como a agropecuária e a indústria, enquanto há uma leve melhoria na projeção para o setor de serviços.
Especificamente, as expectativas para o crescimento da agropecuária foram ajustadas para baixo, de 1,5% para 1%, refletindo projeções mais conservadoras para a safra vindoura. Da mesma forma, a projeção para o setor industrial foi revisada de 2% para 1,7%, impactada em parte pela revisão das expectativas para a indústria extrativa, afetada por perspectivas moderadas para os setores de petróleo e minério de ferro.
O Impacto do IBC-Br na Política Monetária
O IBC-Br desempenha um papel crucial nas decisões de política monetária do Banco Central, especialmente em relação à taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 11,25% ao ano. Ajustes na Selic visam controlar a inflação, influenciando os custos do crédito e o apelo da poupança, com impactos diretos sobre a atividade econômica e os preços. Portanto, a trajetória do IBC-Br não só reflete a saúde econômica do Brasil, como também orienta as estratégias para seu desenvolvimento sustentável.