Em uma marcante participação na reunião da União Africana realizada na Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de fortalecer as relações econômicas e diplomáticas entre o Brasil e os países africanos. Reconhecendo a longa história de escravidão que une o Brasil ao continente africano, Lula articulou uma visão de parceria baseada na solidariedade e na cooperação mútua.
Durante o evento, que também celebrou a inclusão permanente da União Africana no G20 — iniciativa liderada pelo Brasil —, Lula destacou a indispensabilidade dos países em desenvolvimento no cenário global atual. “A chave para um futuro de crescimento equitativo, redução da desigualdade e sustentabilidade ambiental reside na ampliação das liberdades e na colaboração entre as nações”, declarou o presidente.
No coração de Adis Abeba, a capital da Etiópia, onde a reunião ocorreu, o presidente brasileiro apresentou propostas para uma reorganização da governança mundial, visando uma maior representatividade da África e da América Latina. Ele também propôs uma aliança global contra a fome e o incentivo à produção de alimentos e energia limpa no continente africano.
Lula, que já visitou a África mais de 20 vezes, reiterou o compromisso do Brasil em superar o legado de 300 anos de escravidão através de atos de solidariedade. Criticou a postura histórica de governos anteriores que priorizavam relações com os Estados Unidos e Europa, negligenciando a América do Sul e, principalmente, a África.
Além de promover uma reforma urgente no sistema de governança global, Lula defendeu o desenvolvimento inclusivo como caminho para sociedades prósperas e democráticas. Ele reafirmou o compromisso do Brasil com a proteção ambiental, especialmente no que se refere às florestas tropicais da Amazônia e do Congo, propondo iniciativas para a recuperação de áreas degradadas.
A agenda do presidente na Etiópia incluiu encontros bilaterais e um almoço em honra às autoridades da Cúpula da União Africana, evidenciando o papel do Brasil como um parceiro estratégico para o continente africano no cenário global.