Na manhã desta quinta-feira, uma atmosfera de tensão e insatisfação permeou as fileiras de militares da ativa e da reserva, em reação à operação ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A ação, que incluiu mandados de busca e apreensão contra figuras proeminentes das Forças Armadas, suscitou reações críticas quanto à abordagem e aos alvos escolhidos.
Fontes militares expressaram seu descontentamento, apontando para uma potencial turbulência nas relações institucionais. Um general da reserva compartilhou sua preocupação sobre a crescente tensão nos quartéis e previu desafios para o general Tomás Paiva, atual comandante, enfatizando o impacto nas relações entre os militares, o governo federal e o judiciário.
Criticas foram direcionadas ao método utilizado por Moraes, especialmente pelo fato de os envolvidos não terem sido previamente convocados para depor. A escolha dos alvos da operação também foi questionada, dado o alto nível dos oficiais afetados, incluindo o ex-ministro e ex-comandante do Exército, General Paulo Sérgio; o ex-comandante da Marinha, Almirante Garnier Santos; e o General Augusto Heleno, ex-ministro de Bolsonaro e figura de destaque dentro das Forças Armadas.
O impacto da operação sobre figuras como o General Augusto Heleno, com vasta influência e respeito dentro do meio militar, foi particularmente notável. Muitos oficiais da ativa já estiveram sob seu comando, destacando a profundidade do descontentamento.
Em depoimento, o Almirante Garnier Santos relatou como a Polícia Federal o surpreendeu em sua residência ao amanhecer, levando consigo seu telefone e documentos relacionados a projetos pessoais. Apesar do ocorrido, ele fez um apelo por orações pelo país e por si mesmo, mantendo-se firme em sua fé e no compromisso com a integridade.
Este episódio marca mais um capítulo na tensa relação entre as esferas militar, governamental e judicial do Brasil, reiterando a complexidade do diálogo institucional em tempos de crise política.
