A prévia da inflação nacional, IPCA-15, divulgada nesta sexta-feira, apresentou uma desaceleração em janeiro, marcando um índice de 0,31%. Contudo, os custos com alimentos e bebidas, com destaque para o expressivo aumento nos planos de saúde (0,77%), continuam a exercer pressão sobre os orçamentos dos consumidores. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice atingiu uma elevação de 4,47%.
O setor de alimentos e bebidas liderou o avanço dos preços neste mês, apresentando uma alta de 1,53%. O maracujá se destacou como o item mais oneroso para os brasileiros, registrando um aumento de 28,6%, seguido pela batata-inglesa com 25,95%. A cenoura ocupou a terceira posição, apresentando um incremento de 21,11%. Os feijões fradinho (14,72%) e rajado (14,46%) também contribuíram para o cenário de elevação dos preços.
Os gastos com saúde também impactaram os consumidores em janeiro, com uma alta de 0,56%, sendo o aumento nos planos de saúde o principal responsável por esse cenário (0,77%). Além disso, o grupo habitação registrou um aumento de 0,33%, impulsionado pelos aumentos nas tarifas de água e esgoto (0,56%) e no gás encanado (1,01%).
No entanto, houve uma queda significativa nos preços dos transportes, com uma redução de 1,13%. A passagem aérea destacou-se como o subitem com maior impacto individual no índice deste mês, apresentando uma queda de 15,24%. Este cenário contrasta com o ano anterior, quando os bilhetes aéreos exerceram uma pressão ascendente na inflação, registrando um aumento de 47,24% entre janeiro e dezembro de 2023.
Em relação aos combustíveis, observou-se uma diminuição de 0,63%, influenciada pelo recuo nos preços do etanol (-2,23%), óleo diesel (-1,72%), e gasolina (-0,43%). Por outro lado, o gás veicular apresentou uma alta de 2,34%.
Apesar da desaceleração geral, a diversidade de fatores que influenciam os preços reflete a complexidade do cenário econômico, mantendo a atenção dos consumidores e analistas diante das variáveis que moldam o comportamento da inflação.