Ibovespa Atinge Marca de 2 Anos em Alta de 2,29% Enquanto Dólar Desliza 0,9% com Dados de Inflação dos EUA

A terça-feira, 14 de novembro, foi marcada por notícias animadoras no cenário econômico global, impulsionando o Ibovespa a atingir seu nível mais alto em dois anos, enquanto o dólar registrou sua terceira queda consecutiva em relação ao real.

O índice Ibovespa encerrou o dia com um impressionante aumento de 2,29%, alcançando 123.165 pontos, representando seu desempenho mais robusto desde 3 de agosto de 2021, quando atingiu a marca de 123.576 pontos.

Este sentimento positivo no mercado também contribuiu para a desvalorização do dólar em relação ao real e a outras moedas de destaque. A moeda norte-americana terminou o dia com uma queda de 0,91%, sendo negociada a R$ 4,863 na venda.

Este valor representa o menor patamar de fechamento desde 18 de setembro, quando a cotação estava em R$ 4,856. No acumulado de novembro, o dólar apresenta uma diminuição de 3,52%.

A principal razão por trás desses movimentos positivos nos mercados foi a divulgação dos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que surpreenderam positivamente os analistas ao indicar uma estabilidade na inflação durante o mês de outubro.

A estabilidade nos preços contrariou as expectativas de um aumento de 0,1% e, em um período de 12 meses, o CPI registrou um crescimento de 3,2%. Esses números revelam uma desaceleração nos preços, sugerindo a possibilidade do fim do ciclo de aumento das taxas de juros na economia norte-americana, gerando um clima de otimismo nos investidores.

As reações a esses números foram imediatas. Em primeiro lugar, eles consolidaram a crença de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, não aumentará as taxas de juros para conter a inflação, visto que os preços parecem estar sob controle.

Em segundo lugar, começaram a surgir especulações sobre quando o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de redução das taxas de juros. A expectativa é que essa redução possa começar no primeiro semestre de 2024.

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, destacou que “os dados de inflação serão um teste importante para a narrativa de que o Federal Reserve começará os cortes na taxa de juros já no segundo trimestre do próximo ano – uma visão contrária à qual os próprios funcionários do Fed estão comunicando.”

Após a divulgação dos dados de inflação desta terça-feira, as chances de o Fed manter as taxas de juros no intervalo atual de 5,25% a 5,50% em sua última reunião de 2023 dispararam para 99%, conforme indicam dados do FedWatch, do CME Group. Enquanto isso, as chances de um primeiro corte nas taxas em junho de 2024 aumentaram.

Em termos gerais, taxas de juros mais altas nos Estados Unidos tendem a beneficiar o dólar globalmente, à medida que os investidores buscam segurança nos mercados de renda fixa norte-americanos. Por outro lado, taxas de juros mais baixas na maior economia do mundo favorecem as moedas de países com taxas de retorno mais elevadas, como o Brasil.

No cenário doméstico, o mercado está atento aos resultados corporativos, incluindo os números da Azul e do Nubank. Além disso, os investidores observam os dados de serviços de setembro, que mostraram uma queda de 0,3% em relação a agosto, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE nesta terça-feira.

No que diz respeito às ações, a Azul (AZUL4) liderou os ganhos do dia, encerrando com uma valorização de 8,71%, em resposta ao desempenho positivo da empresa no terceiro trimestre deste ano.

As maiores empresas do mercado também contribuíram para o clima otimista, com a Vale (VALE3) registrando um ganho de 3,1%, e as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subindo 1,37%.

Outro destaque do dia foi a Magazine Luiza, que comunicou incorreções em lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, após uma denúncia anônima em março. A empresa considera essa denúncia “improcedente”, e as incorreções no patrimônio líquido totalizam R$ 322 milhões, após os créditos tributários.

A Magazine Luiza também divulgou seu balanço do terceiro trimestre, reportando um lucro líquido de R$ 331 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 190 milhões no mesmo período do ano passado. As ações da varejista encerraram o dia com alta de 1,73%.

Outra notícia relevante foi o anúncio da Natura&Co, que firmou um acordo vinculante para vender a rede de lojas de cosméticos The Body Shop por cerca de US$ 254 milhões (R$ 1,25 bilhão) para a Aurelius Investment. As ações da empresa fecharam o dia com um aumento de 2,88%.

Relacionados

error: O conteúdo está protegido.