Especialistas Projetam Redução da Taxa Selic Baseados nos Dados do IPCA de Outubro

Os mais recentes dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro sugerem um possível cenário de redução da taxa Selic para 9,5% no próximo ano, conforme análises de especialistas consultados pela CNN. Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco Asset, destacou que a tendência de diminuição na inflação fortalece essa projeção. “A inflação, essencial na definição da política monetária, apresenta um comportamento que favorece a redução da Selic”, explicou.

O IPCA, que registrou um aumento de 0,24% em outubro em relação ao mês anterior, vem seguindo uma trajetória de crescimento moderado. Toledo enfatiza a importância do resultado do IPCA, sobretudo ao considerar os núcleos da inflação, que excluem variáveis voláteis, proporcionando uma base sólida para o avanço nos cortes de juros pelo Banco Central.

Toledo também aponta que, apesar das incertezas fiscais e internacionais, os dados de outubro indicam uma inflação controlada, um fator crucial para as decisões do Banco Central.

Por outro lado, Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, e Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, concordam que o Banco Central deve adotar uma postura prudente em meio às incertezas globais, apesar da tendência de desaceleração da inflação. Eles preveem que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve continuar com cortes moderados de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões.

Vitória destaca o cenário externo como um fator de risco, com taxas de juros elevadas nos Estados Unidos e incertezas no panorama internacional. Ela também observa que os núcleos do IPCA mostraram uma variação baixa em outubro, com um acumulado de 4,7% em 12 meses, estando dentro do intervalo da meta, o que é uma boa notícia para o Banco Central.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, considera os dados recentes positivos sob a ótica da busca pela estabilidade de preços, objetivo primordial do Banco Central. “A política monetária atual continua impactando positivamente a inflação, principalmente através do encarecimento do crédito ao consumidor, afetando aquisições como eletrodomésticos e eletrônicos, sensíveis a mudanças no ciclo econômico e taxas de juros”, analisa Argenta.

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