O cenário energético brasileiro revela uma estatística preocupante: dentre 34 nações da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os cidadãos brasileiros são os que mais desembolsam em termos de renda para quitar a conta de luz.
Dados recentes provenientes da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres) apontam que, mesmo diante de economias com maior poder aquisitivo como Estados Unidos e Espanha ou emergentes como Chile e Turquia, os brasileiros têm um peso maior em suas despesas.
De acordo com estatísticas coletadas em 2022 pela Agência Internacional de Energia e o FMI (Fundo Monetário Internacional), os brasileiros destinam, em média, 4,54% de sua renda anual para cobrir custos residenciais de eletricidade. Em contraste, Espanha e Alemanha gastam respectivamente 2,85% e 1,72% de suas rendas.
A Abrace detalha que a composição da conta de luz brasileira não se restringe apenas ao consumo. Cerca de 60% do valor refere-se à geração, transmissão e distribuição, enquanto a parcela restante engloba tributos, subsídios e outras taxas. Esta divisão resulta em um gasto adicional de aproximadamente R$ 10 bilhões mensais, totalizando R$ 119 bilhões ao longo do ano de 2023.
Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, alerta para o fato de que os custos da energia estão embutidos em quase todas as atividades do cotidiano. Compras rotineiras, seja um simples pão ou um item de vestuário, também incluem a energia em seus valores.
A questão energética também desafia o planejamento financeiro dos cidadãos. Fernando Lamounier, especialista em finanças, reforça a necessidade de organizar o orçamento doméstico. Para ele, além de mapear despesas fixas e variáveis, é crucial prever gastos energéticos e evitar surpresas no final do mês.
Finalmente, para 2023, uma combinação de tributos e subsídios tende a encarecer ainda mais a conta de luz. É crucial que os consumidores estejam atentos aos prazos de pagamento e evitem encargos adicionais em caso de atrasos ou religações.
