Hacker Walter Delgatti Neto Presta Depoimento Crucial na CPI da Câmara Legislativa do DF

Na quinta-feira, dia 14 de setembro, Walter Delgatti Neto, mais conhecido como o hacker por trás do escândalo da ‘Vaza Jato’, estará frente a frente com os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Esta será a 24ª oitiva realizada pelos legisladores, em uma busca implacável para desvendar os responsáveis intelectuais por trás dos eventos extremistas ocorridos nos dias 12 de dezembro e 8 de janeiro.

Delgatti já havia prestado depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em 8 de Janeiro, no Congresso Nacional, onde alegou que o presidente Jair Bolsonaro teria prometido conceder-lhe indulto em troca de informações relacionadas a uma suposta interceptação ilegal envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Como resultado, a defesa do presidente apresentou uma queixa-crime por calúnia contra o hacker.

Desde o mês de agosto, Walter Delgatti Neto encontra-se sob custódia das autoridades, devido ao seu envolvimento nos ataques cibernéticos perpetrados contra os dispositivos eletrônicos do ex-juiz federal e senador Sergio Moro, representante da União Brasil-PR, bem como de ex-procuradores da República que desempenharam papéis de destaque na operação Lava Jato. A Justiça Federal o sentenciou a 20 anos e um mês de prisão, além de 736 dias-multa, pelos delitos de invasão de dispositivos eletrônicos, interceptação de comunicações telefônicas, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Futuros Depoimentos na Pauta

A seguir, confira o calendário dos próximos depoimentos agendados para a CPI da CLDF:

  • 21/9 (quinta-feira): Coronel Paulo Jorge Fernandes;
  • 28/9 (quinta-feira): Ana Priscila Azevedo;
  • 5/10 (quinta-feira): Major Cláudio Mendes dos Santos;
  • 9/10 (segunda-feira): Capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira;
  • 19/10 (quinta-feira): Saulo Moura Cunha;
  • 26/10 (quinta-feira): Coronel Reginaldo Leitão.

O Coronel Paulo Jorge Fernandes, próximo a ser interrogado após Walter Delgatti, ocupava o cargo de chefe do Batalhão da Guarda Presidencial, sendo afastado de suas funções em decorrência de sua ligação com os eventos extremistas. Ele era responsável pelo comando do batalhão durante as manifestações e se envolveu em uma polêmica discussão com policiais enquanto detinham vândalos dentro do Palácio do Planalto. Registros em vídeo mostraram que essa altercação ocorreu após um policial militar aplicar uma rasteira em um dos extremistas.

Por sua vez, Ana Priscila Azevedo, próxima a depor, foi identificada como uma das organizadoras dos protestos. Ela foi flagrada celebrando atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em vídeos amplamente divulgados nas redes sociais.

O Major Cláudio Mendes dos Santos, supostamente responsável por ministrar treinamentos militares a extremistas que planejavam os eventos, também chegou a ser detido pelas autoridades.

Já o Capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira foi filmado fornecendo água aos extremistas no interior do Palácio do Planalto durante os protestos, encontrando-se atualmente sob custódia.

Saulo Moura Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o Coronel Reginaldo Leitão, chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal, também foram apontados como membros de um grupo de mensagens encarregado de monitorar as manifestações em questão.

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