Lula Opta por Silêncio no 7 de Setembro em Desfile Pacífico

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu uma abordagem silenciosa durante as comemorações do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento transcorreu de forma concisa, com apenas duas horas de duração, e foi notavelmente livre de manifestações contrárias ou incidentes violentos. O governo almejou despolitizar a festividade, que adotou o lema “democracia, soberania e união”.

Tradicionalmente, os presidentes da República não proferem discursos durante o desfile do Dia da Independência. O procedimento mais comum é a gravação de um pronunciamento, que é posteriormente transmitido pelas emissoras de rádio e televisão. A exceção ocorreu com o ex-presidente Bolsonaro, que fez uso da palavra diante do público presente na Esplanada durante os feriados de 2022 e 2021.

Diferentemente de discursar durante o desfile, Lula optou por realizar um pronunciamento às vésperas das celebrações, declarando que o dia não deveria ser “um momento de ódio ou medo, mas sim de união”.

“Podemos possuir diferentes sotaques, torcer para times distintos, seguir diferentes religiões e ter preferências por candidatos diversos, mas somos uma única e grandiosa nação, um povo extraordinário e indivisível”, afirmou Lula na quarta-feira (6), em um discurso que se estendeu por 7 minutos e 30 segundos.

A celebração se desenrolou em meio a um pano de fundo de disputa política. Enquanto o presidente e seus apoiadores enfatizaram a ideia de que o dia era para todos os brasileiros, a oposição instou seus seguidores a permanecerem em casa, com o intuito de reduzir a magnitude da festa organizada pela administração petista. Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), a data da Independência do Brasil se transformou em um símbolo de seus apoiadores.

Ao contrário de Lula, Bolsonaro fez um discurso no ano anterior, com uma duração de aproximadamente 10 minutos, no qual foi percebido um tom eleitoreiro. Sem mencionar o ex-presidente petista, Bolsonaro afirmou que o Brasil estava engajado em uma “luta do bem contra o mal”. “O mal impregnou nosso país por 14 anos e agora deseja retornar à cena do crime. Não retornarão”, declarou na ocasião. Em seguida, enfatizou os principais temas de sua campanha eleitoral na época.

Neste ano, o desfile transcorreu sem protestos. Houve um passeio presidencial em um carro aberto, com Lula acompanhado pela primeira-dama, Rosângela da Silva, também conhecida como Janja, que usava um vestido vermelho durante o percurso pela Esplanada dos Ministérios.

A Esquadrilha da Fumaça realizou sua tradicional exibição, e a festa contou ainda com a participação de militares indígenas e a presença do Zé Gotinha, o mascote da saúde do governo federal. A programação foi dividida em quatro eixos temáticos: paz e soberania; ciência e tecnologia; saúde e vacinação; e defesa da Amazônia.

Relacionados

error: O conteúdo está protegido.