MPF Encaminha ao STF Investigação sobre Suposta Inserção de Dados Falsos na Vacinação de Bolsonaro

São Paulo, 06 de setembro de 2023 – O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo tomou uma medida significativa no desdobramento da investigação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encaminhando o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). A ação em questão diz respeito à suposta “inserção criminosa de dados falsos” relacionados à vacinação do ex-presidente em sistemas governamentais em 2021. O MPF alega possuir “indícios suficientes” que sustentam essa acusação.

Segundo informações contidas em documentos, o procurador da República Alexandre Jabur declarou que “a materialidade dos fatos está bem delimitada, na medida em que foram juntados os prints do sistema que comprovam as declarações das testemunhas”.

O procurador prosseguiu afirmando que “sobre fatos similares — entenda-se inserção de dados inverídicos da vacinação de Jair Messias Bolsonaro em sistema de informação do Ministério da Saúde — e muitos outros fatos supostamente delituosos, foi deflagrada operação pela Polícia Federal no início de maio de 2023, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva. O fato é público”.

Vale ressaltar que, em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou uma operação da Polícia Federal relacionada ao mesmo assunto e considerou “plausível” a linha de investigação que aponta a possível participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde.

Como resultado daquela operação, foram detidos Mauro Cid e Luis Marcos dos Reis, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro; Max Guilherme de Moura e Sergio Cordeiro, seguranças do ex-presidente; Ailton Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro em 2022; e João Carlos de Souza Brecha, secretário da Prefeitura de Duque de Caxias (RJ).

De acordo com as informações da Polícia Federal, as inserções falsas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, com o propósito de contornar restrições sanitárias e possibilitar viagens a países como os Estados Unidos, que, naquela época, exigiam prova de vacinação para a entrada. Posteriormente, essas informações teriam sido removidas.

Na ocasião, o ex-presidente reiterou que não houve adulteração de sua documentação de vacinação e enfatizou que a não imunização foi uma “decisão pessoal”.

Agora, cabe ao Supremo Tribunal Federal dar continuidade à análise do caso e determinar os próximos passos da investigação. A sociedade aguarda ansiosamente os desdobramentos deste caso de grande relevância política e jurídica.

Relacionados

error: O conteúdo está protegido.