PIB Brasileiro Cresce 0,9% no Segundo Trimestre de 2023, Segundo o IBGE

Nesta sexta-feira, dia 1º de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que apontam um crescimento de 0,9% na economia brasileira no segundo trimestre de 2023, em comparação com o trimestre anterior. Essas informações são provenientes do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, que mede o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, a economia brasileira apresentou um robusto crescimento de 3,4%, superando as expectativas do consenso Refinitiv, que previa um aumento de 0,3% na base trimestral e de 2,7% na comparação anual.

No primeiro trimestre de 2023, o PIB já havia demonstrado um crescimento de 1,9%, totalizando R$ 2,6 trilhões em valores. Com os resultados do segundo trimestre, o acumulado no primeiro semestre deste ano registra um avanço de 3,7%.

Considerando o período dos últimos quatro trimestres, o PIB do Brasil teve um crescimento de 3,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em termos de valores correntes, a soma dos bens e serviços finais produzidos no país alcançou a marca de R$ 2,651 trilhões durante os meses de abril a junho.

Setores da Economia Apresentam Desempenho Positivo

O crescimento do PIB no segundo trimestre de 2023 é atribuído ao sólido desempenho dos setores da indústria, com um aumento de 0,9%, e dos serviços, que cresceram 0,6%. Considerando que as atividades de serviços representam cerca de 70% da economia nacional, o desempenho desse setor exerce uma influência significativa na expansão do PIB.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que o setor de serviços foi impulsionado, em grande parte, pelos serviços financeiros, com destaque para seguros de vida, automóveis, patrimônio e risco financeiro. Outros serviços voltados às empresas, como serviços jurídicos e contábeis, também se destacaram nesse contexto.

É relevante notar que o setor de serviços acumula 12 trimestres consecutivos sem variações negativas e alcançou seu ponto mais alto na série histórica, enquanto as atividades industriais permaneceram positivas pelo segundo trimestre consecutivo.

Comparado ao mesmo período do ano anterior, o setor industrial registrou um crescimento de 1,5%, enquanto o setor de serviços teve um aumento de 2,3%.

Por outro lado, o setor agropecuário foi o único dos três principais setores da economia a apresentar uma contração no trimestre, com queda de 0,9%. Esse declínio segue um período de forte crescimento de 21,0% no primeiro trimestre, principalmente devido à alta base de comparação.

Rebeca Palis observa que essa redução no segundo trimestre se deve, em parte, à diminuição da participação da soja, o principal produto agrícola do país, após um primeiro trimestre excepcionalmente forte. Isso levou a um aumento da participação de outros produtos, como o café, que cresceu a uma taxa inferior à da soja.

No entanto, na comparação anual, o setor agropecuário apresentou um crescimento impressionante de 17,0%, destacando-se como o melhor desempenho entre os setores.

De acordo com o IBGE, esse aumento está relacionado ao bom desempenho de produtos como soja, milho, algodão e café, além das estimativas favoráveis para a pecuária.

Consumo e Investimentos no Trimestre

O consumo das famílias apresentou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre, registrando a maior alta desde o mesmo período do ano anterior, que foi de 1,6%. Rebeca Palis destaca que essa tendência positiva está ligada à melhoria contínua do mercado de trabalho, ao crescimento do crédito e às medidas governamentais, como incentivos fiscais e reajustes nos programas de transferência de renda, especialmente o Bolsa Família. No entanto, os altos juros continuam a ser um desafio, dificultando o consumo de bens duráveis, e as famílias ainda enfrentam endividamento devido ao tempo necessário para sua recuperação.

Em relação ao consumo do governo, este também apresentou um crescimento de 0,7% em relação ao trimestre anterior, marcando o quarto resultado positivo consecutivo. No que diz respeito aos investimentos, a Formação Bruta de Capital Fixo permaneceu estável, com um aumento de 0,1%.

A taxa de investimento representou 17,2% do PIB, inferior à registrada no mesmo período de 2022, que foi de 18,3%. Esse indicador reflete a parcela de investimentos em relação à produção total de bens e serviços finais do país.

Rebeca Palis aponta que esse resultado está relacionado à queda na produção interna de bens de capital, como máquinas e equipamentos, que são utilizados na produção de outros produtos ao longo de vários períodos.

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