O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), empenha-se em intensificar a presença da bancada ruralista na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Sob os holofotes desta quarta-feira (16), Lira engajou-se em reunião estratégica com o presidente da CPI, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), além de se encontrar com Pedro Lupion (PP-PR), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Os parlamentares instaram por uma reestruturação na comissão, com incremento das fileiras de representantes do agronegócio.
Negociações Políticas Balançam o Equilíbrio da CPI
Em uma movimentação política de contrapartida, há indícios de que a oposição poderá retirar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, do epicentro das discussões na CPI. Na semana passada, Arthur Lira revogou, por sua própria determinação, a convocação do ministro, agendada para testemunhar perante a comissão.
Até então, a oposição detinha a maioria na CPI do MST, mas enfrentou a perda de sete de seus membros nos últimos dias, em decorrência de alterações nas cadeiras ocupadas por partidos integrantes do chamado centrão. Em um intricado jogo político, parlamentares desses partidos, tradicionalmente associados à oposição, cederam espaço a deputados alinhados com a atual administração. Essa reconfiguração foi engendrada sob a égide do governo.
Na terça-feira (15), após intensas pressões exercidas pelo relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP), dois representantes da oposição asseguraram posições de titularidade: a deputada Magda Mofatto (PL-GO) e o deputado Zé Trovão (PL-SC).
Ministro da Agricultura Confirma Comparecimento à CPI
Após ter inicialmente declinado da convocação para testemunhar na CPI, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deu um giro de 180 graus em sua posição e confirmou sua presença na sessão agendada para esta quinta-feira (17). Na terça-feira (15), ele havia alegado restrições em sua agenda como justificativa para não comparecer.
É oportuno recordar que, por se tratar de um convite e não de uma intimação, o ministro não estava juridicamente compelido a marcar presença na Câmara.
Perguntas Relevantes à Audiência com Ministro Fávaro
Os membros da CPI estão ansiosos para elucidar pormenores a respeito do engajamento governamental frente às ocupações instigadas pelo movimento social. Ademais, Carlos Fávaro será alvo de questionamentos acerca das políticas voltadas à reforma agrária, delineadas sob a égide do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A audiência está agendada para iniciar às 9 horas.
O deputado Ricardo Salles proferiu comentários contundentes, apelidando o ministro de “fujão” e alegando que a recusa em comparecer à audiência denotava falta de confiança. “Não confia no próprio taco. Traidor do agro”, pontuou o parlamentar.
As deliberações e indagações esperadas para a audiência com o ministro Carlos Fávaro representam um desdobramento crítico da investigação em curso e poderão lançar luz sobre os elementos fundamentais da atuação governamental nesse contexto.