Tempestade de Diamantes: Bolsonaro contra-ataca Jandira em meio a acusações de financiamento ilícito

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), rebateu acusações da deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) no último sábado (5 de agosto de 2023).

A parlamentar alegou durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que Bolsonaro havia usado pedras preciosas para financiar ações consideradas subversivas.

Referindo-se a um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que indicava o envolvimento de empresários de mineração no financiamento de tais atos, Feghali direcionou suas acusações ao ex-líder do país.

Bolsonaro, através de sua conta na plataforma de mídia social recentemente renomeada como “X”, anteriormente conhecida como Twitter, se defendeu das alegações, afirmando ter sido vítima de “calúnia”.

Referenciando uma matéria do jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente alegou que a verdade sobre as alegações havia “finalmente vindo à luz”.

O artigo citado detalha uma troca de correspondências entre membros do gabinete de Bolsonaro, que confirmam o recebimento de um envelope e uma caixa contendo pedras preciosas destinadas à então primeira-dama Michelle Bolsonaro durante um comício em Teófilo Otoni, Minas Gerais, em outubro de 2022.

Segundo o mesmo relato, Josino Correia Junior, advogado residente no município, teria sido o responsável pela entrega do presente a Bolsonaro.

Correia afirma que comprou as “pedras semipreciosas” na véspera da visita do ex-presidente à cidade, por R$ 400, e garante que as gemas são “de origem lícita”. Teófilo Otoni é amplamente conhecida como a “capital das pedras preciosas” no sudeste de Minas.

Aprofundamento da Investigação contra Bolsonaro

Um conjunto de oito congressistas envolvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro encaminhou uma denúncia formal à Procuradoria Geral da República (PGR).

O documento, enviado na quinta-feira, 3 de agosto, pede a investigação do ex-presidente Jair Bolsonaro por atos de improbidade administrativa e por supostos crimes contra a administração pública.

Detalhes da Acusação

A acusação é baseada em dados extraídos de contas de e-mail institucional de Cleiton Henrique Holzschuk, ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens de Bolsonaro.

Os e-mails sugerem que, por solicitação do ex-assistente de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, as pedras preciosas recebidas não deveriam ser registradas oficialmente e deveriam ser entregues pessoalmente a Cid.

Os membros da CPI alegam que tal prática é ilegal de acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Na denúncia, também foi citada uma investigação em andamento pela Polícia Federal (PF) sobre a entrada de joias sauditas no Brasil, avaliadas em R$ 5.086.541,34.

Declarações dos Congressistas

Os denunciantes alegam que o histórico de Bolsonaro “levanta suspeitas que não podem ser negligenciadas, em respeito aos princípios constitucionais e ao povo brasileiro”. Foi enfatizada a “necessidade imperiosa de investigação”, traçando paralelos com o caso das joias sauditas.

Na CPI, a deputada Jandira Feghali solicitou a convocação de Bolsonaro e Michelle, bem como o retorno de Mauro Cid, e pediu a quebra de seus sigilos bancários.

Em uma entrevista à TV Fórum, Feghali afirmou que o ex-presidente deveria ter registrado o presente, já que presentes pessoais a autoridades devem ter um valor de até R$ 100. “Ele recebe isso, não registra, não cadastra. Ele só teve 2 caminhos: ou ele roubou, ficou para ele o dinheiro, ou ele usou para financiar os atos golpistas”, declarou a congressista.

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