O clima é de festa em Lisboa para celebrar a Jornada Mundial da Juventude, mas polêmicas cercam o evento.
A primeira delas diz respeito ao uso do dinheiro público. Estima-se que os cofres portugueses tiveram que desembolsar 36 milhões de euros para financiar o maior evento internacional da igreja católica. Quantia equivalente a 188 milhões de reais.
Soma que despertou críticas por parte da opinião pública e de setores da oposição do governo de Carlos Moedas. Nem mesmo o informe da igreja de Lisboa de que investirá 80 milhões de euros para estruturar o evento aliviou as queixas.
O protesto que “furou a bolha” entre os portugueses e alcançou repercussão internacional foi o do artista plástico Bordalo II. O artista conseguiu entrar no palco principal da JMJ e colocar um tapete com reproduções de notas de 500 euros.
Bordalo nomeou a obra de “Caminho da vergonha”. Ele criticou que um estado laico decida investir dinheiro público para patrocinar uma “multinacional italiana” no momento em que o país passa por dificuldades de moradia e trabalho.
Realmente Portugal vem enfrentando crises nestes setores nas últimas semanas. As categorias de médicos e enfermagem estão em greve. Funcionários dos aeroportos e de ferrovias também estão paralisados.
Resposta da Câmara Municipal de Lisboa
Carlos Moedas, que preside a Câmara Municipal de Lisboa, o que seria o equivalente à prefeitura da cidade, rebate as críticas. Ele argumenta que o evento não só pagará as despesas como arrecadará fundos para a cidade.
Além da exposição que um evento da magnitude de uma JMJ proporciona, a festa trará, durante seis dias, um milhão de pessoas em Lisboa. Considerando que a estadia na cidade custa 300 euros, se multiplicar por um milhão, Lisboa lucrará 300 milhões de euros.
Higienização durante a passagem do Papa
Outra crítica que a gestão da JMJ sofre em Portugal é em relação ao suposto ocultamento de pessoas em situação de rua.
A prefeitura foi acusada de promover operações para retirar moradores sem teto das ruas que receberão o público fiel nos seis dias de evento.
As autoridades portuguesas negam.
Pedofilia na igreja portuguesa
A JMJ ocorre ainda após a divulgação de relatório da igreja portuguesa que relata ter identificado 5 mil menores abusados por membros da igreja católica desde 1950 em Portugal.
O relatório reacende as críticas de impunidade e conivência quanto aos crimes.
População apoia em peso
Apesar das polêmicas que cercam o evento, a maioria da população portuguesa é favorável em ser sede da JMJ. Segundo pesquisa, 70% dos portugueses apoiam o evento.
Agenda do Papa em Lisboa
Francisco permanecerá na capital portuguesa por 5 dias e na programação está previsto que conduzirá as celebrações mais importantes da jornada.
Ele também se reunirá com vítimas de abuso sexual, com o primeiro-ministro de Portugal e visitará a cidade de Fátima.
Francisco está com 86 anos e participa pela 3ª vez das Jornadas. Ele vem de um mês de recuperação após cirurgia no intestino e internação por bronquite.
A Jornada Mundial da Juventude
A JMJ começou na noite da última terça-feira e se estenderá até domingo (6). Espera-se que 1 milhão de pessoas, de mais de 150 países, se reúnam para a celebração
Essa é a primeira JMJ após um hiato de 4 anos devido à paralisação da pandemia.
Fontes:
Relatório anticópia: