Em meio às discussões fervorosas sobre o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630), Fábio Coelho, presidente do Google no Brasil, defende a necessidade de um debate mais profundo sobre o tema.
O gigante da tecnologia esteve entre as empresas que se manifestaram contra a proposta na Câmara dos Deputados.
Em uma recente entrevista concedida à revista Veja, Coelho destacou o compromisso do Google com a segurança online e enfatizou o seu papel ativo no diálogo sobre as normas digitais.
Segundo o executivo, o PL 2630, tal como originalmente concebido, precisava de melhorias consideráveis.
A proposta poderia, inadvertidamente, criar um ambiente digital prejudicial para usuários e empresas, além de comprometer o próprio ecossistema online, argumentou Coelho.
O Projeto de Lei, entre outras coisas, exige que as plataformas remunerem por conteúdo jornalístico e estabelece um sistema rígido de multas e sanções para a propagação de notícias falsas.
O Google fez questão de alertar a sociedade para os possíveis perigos da proposta, com uma publicação em sua página inicial intitulada “PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira”.
Coelho revelou que a empresa foi bem-sucedida em comunicar suas preocupações, com a maioria dos deputados adiando a votação do PL.
No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), acusou o Google e a Meta, a holding que controla o Facebook, WhatsApp e Instagram, de liderar uma campanha de pressão e lobby para barrar o projeto.
Lira afirmou em junho que o projeto não avançou devido a uma “mobilização que ultrapassou os limites do contraditório democrático”.
Vale destacar que executivos do Google confirmaram à Polícia Federal que a empresa investiu cerca de R$ 2 milhões em publicidade acerca do PL das Fake News.
Essa admissão deu origem a uma investigação, motivada por uma solicitação de Lira.
